terça-feira, 11 de junho de 2013

Um dia de greve de ônibus: Efemérides

Na segunda-feira (10/06) iniciou a greve dos trabalhadores do transporte coletivo na capital (Florianópolis) e era justo o dia em que meus vales-transporte poderiam ser recarregados. Como ir?? Daí minha irmã diz que uma das empresas estava operando e resolvi arriscar. Andei uns 10 minutos e peguei um ônibus da empresa Paulotur. E assim fui para Floripa.
Chego lá e vejo cenas típicas de um dia de greve: Vans fazendo o "tapa-buraco" para levar alguns passageiros, ruas praticamente vazias, comércio meio sem ter para quem vender e lá vou eu ao banco pagar uma conta. Duas pessoas à minha frente apenas (milagre para uma segunda na hora do almoço). Em seguida me dirigi ao SETUF recarregar meus VT's. Eram quase 12h e peguei a senha nº 2 no setor Jotur/Biguaçu (que movimento intenso hein?). 
Faço a minha recarga e, quando estou saindo começa a soar o badalar dos sinos em alto e bom som. Ato contínuo uma voz feminina perplexa ressoa: 
- O que é iiiissssooo??? Sino de Igreja a esta hora? Aonde isssoooo?
Parei, olhei para o segurança e comentei com ele:
- Só em dia de greve para ouvirmos OS SINOS DA CATEDRAL NÉ? (neste momento elevei o tom da voz). 
O Segurança assente com a cabeça e me diz: 
- Só assim mesmo, é sempre berros, buzinas, trânsito, não se ouve a cidade.
Ao som dos sinos da Catedral pude "ouvir" a cidade, senti-la. A Catedral que seguramente fica uns 500 metros do local onde eu estava e nitidamente pudemos ouvir os sinos conclamando a cidade para o almoço, ela que todos os dias faz isso, mas a "gritaria" da cidade impede-a de se fazer ouvida. Passei ali no TICEN e resolvi calmamente olhar e fotografar o espaço totalmente vazio (fotos abaixo), até os costumeiros pombos, em sua maioria, haviam saído para outros cantos. 
Então resolvi passear e me dirigir até a Rua Bocaiúva para almoçar com minha namorada, o "som da cidade" cada vez mais nítido para mim, os poucos fios de conversas que eu ouvia aqui e ali falavam da greve e a grande maioria concordava com a decisão dos trabalhadores. 
Almocei com meu amor, conversamos, nos despedimos e voltei caminhando pela Avenida Mauro Ramos, passando pela Gel.Bittencourt, Anita Garibaldi, Saldanha Marinho, Praça XV, Felipe Schimitt, Deodoro, Mercado Público e fui em direção ao Terminal Rita Maria.
Senti o Centro da cidade pedindo um pouco mais de paz e sossego e respeito. Peguei meu Paulotur retornando para Palhoça e cheguei em casa, ainda com as 12 badaladas do sino da Catedral nítidos em minha mente.

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