sábado, 26 de janeiro de 2013

O gosto musical pessoal

Música. Quem não gosta? Independente do gênero, letra, melodia, tempo que foi gravado, enfim, creio ser uma tarefa difícil encontrar alguém que deixe de apreciar algum tipo de música.
Flauta encontrada no Sul da Alemanha em 2009: 35 mil anos
O primeiro instrumento fabricado pelo homem para emitir sons que se tem notícia é um flauta e, de acordo com testes com carbono 14, data de 30 a 40 mil anos atrás. O gênero humano buscou pelo som bem antes do que imaginamos.
Das canções ou músicas ritualísticas, para a profusão sonora que temos hoje, vão-se umas boas dezenas de milênios. A música sofisticou-se, se ela melhorou ou piorou não quero entrar nesse mérito, mas tão certo quanto o ar que precisamos para nos mantermos vivos, a música é figura presente na história da humanidade.
Enfim, escrevi isso para compartilhar de algo pessoal, mas que certamente fez, faz ou fará parte da vida de quaisquer pessoas: A formação do gosto musical.
A minha posso dizer que é um caldeirão com diversos temperos, com gostos estranhos e outros nem tanto, mas como consta em uma canção do grupo de rock nacional Titãs "o meu bom gosto pode não ser o mesmo bom que o seu", e, assim, por momentos hermética e outras aberta, minhas preferências musicais foram se montando num intrincado labirinto de sons, momentos, causalidades e casualidades, contatos com preferências alheias, enfim, cada indivíduo trilha de formas diversas determinados caminhos.
No meu caso, as primeiras influências foram os pais - normalmente são eles os primeiros - que possuíam gostos distintos e, por tabela, ajudou a ampliar o meu: Ele curtia sertanejo, bandas baile, rock; Ela, rock, músicas românticas diversas - italianas de preferência, discoteca e sertanejo. E foram sons assim que ouvia quando criança. De um Sérgio Reis para um Nazareth era um pulo (risos), e isso nos tempos dos bons "bolachões", os vinis ou LP's, isso sem contar as infindáveis fitas cassete com músicas gravadas durante as sequências nas emissoras de rádio.
E veio a rua, o colégio, as galerinhas e aí veio o pop ('poperô' na gíria da época), músicas de grupos de adolescentes, samba e mais rock. Sem contar que eu peguei o final do Chacrinha e uns anos mais do Clube do Bolinha, ali ouvia-se música de tudo que era estilo. A adolescência foi o período do refinamento do meu gosto, de minhas prioridades musicais, mas aberto a outras variáveis. O rock veio a ser o meu estilo musical favorito, junto com seus infindáveis gêneros e subgêneros, a MPB veio no encalço, o soul, o gospel, aqueles velhos 'bregas' dos 70's e 80's. Mas veio minhas reprovações musicais: O som do funk dito carioca e o axé passam longe do meu aparelho de som.
E hoje cá estou, num caldeirão musical em que o rock e a MPB reinam mas, de forma democrática, compartilham espaço com outros ritmos, dependendo do meu momento, conjuntura e tudo o mais.
"Quem sabe um dia eu escreva uma canção para você", fala o Legião Urbana em uma de suas canções. Tantos artistas dos mais variados estilos de alguma forma escreveram algo para mim, não exatamente para mim, mas no sentido de que canções várias se encaixaram em inúmeros momentos de minha vida, as músicas e suas letras por vezes me alegraram ou me confortaram, mesmo as sem letra, mas com muito sentimento. Não há vez que eu ouça Chopin, por exemplo, que não fique como hipnotizado, pensando, com o olhar perdido no horizonte ao magnífico som do piano. É a "letra invisível" que alcança nossa alma.
É isso paciente leitor(a), compartilho de como meu gosto musical se formou para que não deixe a música ser apenas um som perdido em algum momento de seu dia a dia. Se deixe envolver por ela, se envolva com ela, relacione-se com o que estás ouvindo aí em seu mp3, celular, som do carro, computador, reflita com a letra,  pense com a melodia, faça do som o que as batidas do coração fazem por você, ou seja, torne-o imprescindível, pois seus ouvidos e mente agradecerão.