domingo, 27 de fevereiro de 2011

Onda pela democracia: Oriente Médio e Norte da África em movimento

25/02/2011 - Bahrein

Postei pela última vez dissertando superficialmente sobre o processo de desgaste que culminou com a renúncia do premier egípcio Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro do corrente ano.
Semanas antes, na Tunísia, caía também o chefe de estado Ben Ali.
Desde então, o que certamente deveriam ser apenas "ruídos", tornou-se em muitos países do oriente médio e norte africano, grandes manifestações contra governos longamente duradouros e centralizadores.
A lista é grande: Irã, Argélia, Iemen, Jordânia, Omã, Bahrein, Marrocos. Líbia...Sejam sistemas de governos teocráticos, presidencialistas, parlamentaristas ou moarquias, não importa: A população anseia por mudanças profundas e estão cansados de ver no poder os mesmos, por vários anos.
As reações dos governos destes países variam: Sejam permitindo as manifestações, como na monarquia do Baherein (foto acima), sejam perseguindo opositores como no Irã, ou então matando a sangue frio como na Líbia..A cada ação dos governos, mais e mais populares e setores da sociedade aderem aos movimentos locais e, de tabela, a comunidade internacional, a ONU e a imprensa voltam seus olhos, canetas e lentes para esses páises em revolta.
O pano de fundo em todos esses países é o mesmo: Maior democracia e transparência, reformas estruturais e sociais profundas e maior e melhor equilíbrio e respeito entre situação e oposição. A população cansou de suas ditaduras e governos à base de intolerância.
Líbia. A antiga bandeira do país se multiplica pelas ruas.
Exemplo emblemático é o do ditador líbio Muammar Kadafi. Líder do país desde 1969, quando derrubou a monarquia existente e instituiu uma república islâmica militarizada de viés socialista, algo híbrido e, na prática, utópico, pois o que se tornou foi uma ditadura pura e simplesmente, vê-se cada vez mais acuado pelo povo cansado do egocentrismo carregado de empáfia e intolerância de seu líder. Enquanto o filho de Kadafi declarava que o Governo Líbio estava aaberto ao diálogo e assumindo ser necessárias reformas profundas, Muammar Kadafi, em ato com apoiadores dele simplesmente deu de ombros, ofendendo e ameaçando seus opositores.
Como curioso espectador, independente da crença religiosa e da linha política (socialista, capitlista ou neoliberal), estou com o povo, que pede nada mais, nada menos que reformas profundas, liberdade e democracia. É inconcebível nos dias de hoje convivermos com governos de cunho atemporal e centralizador. E não devemos esquecer que governos assim não existem apenas no Oriente Médio e no Norte da África, as ditaduras existem na Ásia (Mianmar, Coreia do Norte) e em outras partes do planeta. 
Que o povo vença e possa saber, depois, gerenciar essa vitória. Que esse movimento não seja apenas uma onda temporárias, mas que seja uma constante nos corações e mentes daqueles que se indignam diante das injustiças.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

11 de fevereiro de 2011: O Egito se liberta

O dia 11 de fevereiro de 2011 entrará definitivamente para a história vastíssima do povo egipcio, assim como para a história mundial.
Um chefe de estado que, por 30 anos comandou um país, cai diante da comoção popular, do poder das massas, da força unificada de um povo cansado de uma ditadura.
Hosni Mubarak desde 1975 foi vice do presidente Anwar El Saddat, alçando ao poder  no ano de 1981, após o assassinato de Saddat, morto por oficiais do exército contrários ao Tratado de Paz Egito/Israel . Teve o mérito de tornar pacifico a relação entre cristãos e muçulmanos, algo custoso em muitas partes do oriente e do ocidente. Enquanto o Cairo se manteve uma cidade com o peso da antiguidade, nao acompanhando os passos largos do desenvolvimento, visionou a construção de cidades satélites, de certa forma os impactos urbanos no Cairo foram atenuados, cidades modernas hoje existem ao seu redor.
Mas a forma austera de governar e as várias artimanhas na lei egípcia  contribuíram  para sua longa manutanção no poder. De líder caristático a ditador: O povo egípcio foi cannsando e isso teve seu ápice em 25 de janeiro, com o considerável aumento dos protestos populares contra Mubarak e seu governo. O pedido era um só: Sua renúncia.
Cntenas de milhares de pessoas ocuparam as ruas do Cairo. O podoreio militar a mando do governo atacou os manifestantes, inocentes morreram e outros forma feridos. As manifestações espalharm-se para mais cidades, mais pessoas aderiram ao movimento libertador, mais repressão, maior a atenção internacional para a questão egípcia.
Enfim, pouco mais das 12h (horário de Brasília) a notícia da renúncia de Hosni Mubarak tomava conta das ruas do Cairo e de todo o Egito, bem como os canais de mídia deram a notícia que milhares de egípicios protestaram para conseguir.
Segundo informações, uma junta militar comandará o país até as eleições marcadas para setembro. Agora resta saber se as forças que se unificaram para derrubar um ditador, conseguirão manter esse espírito e viabilizar as mudanças que o Egito precisa e necessita, principalmente em sua política interna.
Que essa criança ao lado, feliz e talvez até não tão ciente do que está ocorrendo neste dia 11 de fevereiro de 2011, possa colher frutos desses quase 20 dias que mudaram a história do Egito. 

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Coleção Tim Maia. Justo resgate

Um dos visionários da soul music no Brasil, praticamente pioneiro no estilo black de interpretar a música, Sebastião Rodrigues Maia, ou simplesmente, TIM MAIA, tem sua discografia revisitidada pela Editora Abril, através da Coleção Tim Maia.
 A história de Tim Maia dispensa maiores comentários. Filho mais novo de uma família de 16 irmãos, o jovem Sebastião já sabia o que queria: A música.
De coroinha de igreja na Tijuca e Rei da Sou Music no Brasil, Tim Maia trilhou seu caminho com as próprias pernas, se aventurou por 5 anos nos Estados Unidos, onde se ocupou em vários subempregos, além de se apresentar em uma banda montada por lá, além de efetuar pequenos furtos.Num desses furtos Tim foi preso, passou 8 meses detido e, em abril de 1964 retorna ao Brasil. Mas aí o jovem Tim veio com uma carga de experiências enorme: Aprimorou o inglés e bebeu da fonte, vendo e ouvindo de perto feras da música negra estadunidense, como Little Richard, B.E.King e o então jovem Steve Wonder.
Tim lançou dois compctos simples que não alçaram o sucesso..Mas veio o ano de 1970 e o disco Tim Maia 1970. A música brasileira não seria mais a mesma: Ganharia mais suingue e malícia, além de uma voz inesquecível. Naquele ano de 1970 até o lançamento do segundo disco, foram vendidas 250 mil cópias, números incríveis para a época.
Mas tudo era muito intenso na vida de Tim: Discos intensos, público intenso, vida atribulada e cheia de confusões sempre às voltas com drogas e álcool, apenas com um breve período entre 1975/76 onde entrou de cabeça na seita Universo em Desencanto, que pregava a Cultura Racional. Shows em que não comparecia, dívidas imensas..enfim..Mesmo com tudo isso Tim Maia mostrou ao longo da carreira iniciada em 1956 com a banda Os Tijucanos do Ritimo, até seu último show, em março de 1998 um talento e perfeccionsmo únicos. Os discos gravados pela Philips, os lendários discos do período da seita Racional e todos os outros pelo selo próprio Vitória Régia (nome da banda que o acompanhou ao longo de sua carreira).
Soul, funk clássico, MPB, baião, bossa nova, canções em inglês, tudo isso fez parte da discografia de Tim Maia com ampla qualidade e interpretação e desde fins de janeiro esses discos poderão ser adquiridos nas bancas de jornal ou diretamente pelo sítio da Editora Abril. São discos magistrais de um cantor com uma voz inigualável e perfeição melódica. Ao todo a editora venderá 14 álbuns em formato livreto e um, o 15º da coleção, será distribuído de forma especial apenas para quem registrar códigos dos discos adquiridos nas bancas ou comprando-os diretamente via sítio especial da coleção (clique aqui) .
Em meio a bandas e cantores de gosto extremamente duvidoso, que nos enche os ouvidos de besteiras e repetições sem o menor sentido, vaí aí uma bela pedida de música com conteúdo, qualidade e personalidade.
Ouçam no volume máximo!