25/02/2011 - Bahrein |
Postei pela última vez dissertando superficialmente sobre o processo de desgaste que culminou com a renúncia do premier egípcio Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro do corrente ano.
Semanas antes, na Tunísia, caía também o chefe de estado Ben Ali.
Desde então, o que certamente deveriam ser apenas "ruídos", tornou-se em muitos países do oriente médio e norte africano, grandes manifestações contra governos longamente duradouros e centralizadores.
A lista é grande: Irã, Argélia, Iemen, Jordânia, Omã, Bahrein, Marrocos. Líbia...Sejam sistemas de governos teocráticos, presidencialistas, parlamentaristas ou moarquias, não importa: A população anseia por mudanças profundas e estão cansados de ver no poder os mesmos, por vários anos.
As reações dos governos destes países variam: Sejam permitindo as manifestações, como na monarquia do Baherein (foto acima), sejam perseguindo opositores como no Irã, ou então matando a sangue frio como na Líbia..A cada ação dos governos, mais e mais populares e setores da sociedade aderem aos movimentos locais e, de tabela, a comunidade internacional, a ONU e a imprensa voltam seus olhos, canetas e lentes para esses páises em revolta.
O pano de fundo em todos esses países é o mesmo: Maior democracia e transparência, reformas estruturais e sociais profundas e maior e melhor equilíbrio e respeito entre situação e oposição. A população cansou de suas ditaduras e governos à base de intolerância.
Líbia. A antiga bandeira do país se multiplica pelas ruas. |
Exemplo emblemático é o do ditador líbio Muammar Kadafi. Líder do país desde 1969, quando derrubou a monarquia existente e instituiu uma república islâmica militarizada de viés socialista, algo híbrido e, na prática, utópico, pois o que se tornou foi uma ditadura pura e simplesmente, vê-se cada vez mais acuado pelo povo cansado do egocentrismo carregado de empáfia e intolerância de seu líder. Enquanto o filho de Kadafi declarava que o Governo Líbio estava aaberto ao diálogo e assumindo ser necessárias reformas profundas, Muammar Kadafi, em ato com apoiadores dele simplesmente deu de ombros, ofendendo e ameaçando seus opositores.
Como curioso espectador, independente da crença religiosa e da linha política (socialista, capitlista ou neoliberal), estou com o povo, que pede nada mais, nada menos que reformas profundas, liberdade e democracia. É inconcebível nos dias de hoje convivermos com governos de cunho atemporal e centralizador. E não devemos esquecer que governos assim não existem apenas no Oriente Médio e no Norte da África, as ditaduras existem na Ásia (Mianmar, Coreia do Norte) e em outras partes do planeta.
Que o povo vença e possa saber, depois, gerenciar essa vitória. Que esse movimento não seja apenas uma onda temporárias, mas que seja uma constante nos corações e mentes daqueles que se indignam diante das injustiças.