O de 2011 começa e com ela notícias que já se tornaram uma infeliz rotina: Inundações, enxurradas, deslizamentos, destruição, mortes....
E não é escolhida uma classe social ou país: A Austrália sistematicamente passa por fortes cheias (esse ano não foi diferente) e aqui no Brasil...Bom, a cidade de São Paulo, que outrora fora conhecida como "terra da garoa", atualmente tornou-se numa grande área impermeável onde toda a água das chuvas vão parar nos bueiros que, por sua vez, desembocam nos falecidos rios Pinheiros e Tietê e, obviamente, devolvem a água toda; A cidade de Goiás, patrimônio cultural pela Unesco, vendo seus casarões com mais de 200 anos desabando, por conta da forçadas chuvas e pela correnteza que corta a cidade; Minas Gerais, em várias cidades os rios mostraram sua força e despejaram lama por todos os lados; E agora vemos, mais uma vez, cidades do Rio de Janeiro desaparecendo em lama e entulhos, centenas de pessoas morrendo, independente da conta bancária.
El Niño, La Niña..Não importa o fenômeno climático, é público, notório e amplamente sabido por todos que sempre nesse período do ano que as chuvas se intensificam. Não é novidade a ninguém, nem a quem mora em encosta de morro, em beira de rio e nem ao Poder Público, que não fiscaliza e permite, seja por comissão ou por omissão, que se construa em lugares assim. Infelizmente veremos essas cenas por alguns bons anos.
E a solidariedade??
Bom, em 2008 Santa Catarina foi vitimada por uma tremenda catástrofe natural e o Brasil inteiro ajudou com dinheiro e donativos. Em 2009, vários estados do Nordeste passaram por igual catástrofe e aí, cadê amesma solidariedade, mídia e tudo o mais?? Alguém lembra de campanhas de solidariedade para as vítimas das enchentes no Nordeste??
Enquanto famíliam vasculham nos escombros de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, pertences e buscam corpos, há poucos quilômetros dali, na cidade do Rio de Janeiro, 20 mil pessoasse acotovelam pra ver um jogador de futebol se apresentar ao Flamengo.. Fizeram a festa, armaram o circo e ignoraram a dor de muitas pessoas. Solidariedade ZERO, hipocrisia e individualismo a mil.
E assim a vida segue, nós não nos indignamos de fato, nós simplesmente vemos o "espetáculo da catástrofe" pela TV, vemos as fotos do desastre pela internet e em revistas e jornais, comentamos o "mais do mesmo" com nossos familiares, companheiros(as) e amigos(as), nos chocamos no momento, mas basta passar duas ou três semanas para que uma espécie de "lavagem cerebral" invada a grande maioria das mentes e aí a vida segue.Não há a solidariedade, não há a cobrança, não há planejamento...
Definitivamente, a catástrofe dá audiência, já a solidariedade não.

Excelente texto!
ResponderExcluirInfelizmente, é o que ocorre.
E nós, meros espectadores e telespectadores nos sentimos inúteis num momento como esse.
O que nos resta é expor a indignação e os sentimentos através dos meios que tivermos em mãos.
Um beijo meu escritor prediléto.
Te amo